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Pesquisadores coletam amostras de toxinas de peixes peçonhentos no Lago de Itaipu

Objetivo do levantamento é reunir informações sobre os venenos e preparar equipes de saúde para atender a população em caso de acidentes.

 

A extensa área de preservação ambiental mantida pela Itaipu Binacional abriga diversos tipos de animais, tanto na terra quanto na água – reflexo da riqueza da biodiversidade local. Mas a natureza também pode induzir acidentes. O bagre e a arraia, duas espécies que habitam o reservatório da Itaipu, são exemplos de peixes peçonhentos, cujas toxinas, presentes nos ferrões, podem trazer prejuízo à saúde humana.

Por meio do Programa Nacional de Controle de Acidentes por Animais Peçonhentos e Venenosos, a Divisão de Zoonoses e Intoxicações da Secretaria de Estado da Saúde, em parceria com a Divisão de Reservatório da Itaipu, estão investigando essas toxinas. A ideia é identificá-las e promover um melhor atendimento à população que venha a se expor a esses animais.

No mês de março, durante os trabalhos de pesca científica no Canal da Piracema, foram coletadas amostras biológicas. Em maio, com o apoio de pescadores, durante os trabalhos de monitoramento da pesca profissional, foram coletados novos exemplares. No total, em torno de 70 amostras já foram obtidas de mais de 15 espécies, com predominância de bagres e arraias.

Além da coleta dos ferrões dos peixes, onde se concentram as toxinas, são retiradas amostras de muco da pele dos animais, para investigação do potencial antimicrobiano desta substância, conhecida por seu papel crucial na proteção dos peixes contra infecções. As análises bioquímicas dos materiais coletados estão sendo conduzidas pela equipe do Instituto Butantan.

Para o mês de agosto, está prevista uma capacitação sobre o tema para os profissionais que atuam na saúde pública. As ações têm como objetivo o aprimoramento do manejo clínico dos atendimentos aos acidentados por peixes peçonhentos nativos no Rio Paraná e no reservatório de Itaipu e, consequentemente, a promoção à saúde da população lindeira.

Os resultados contribuirão também para a expansão dos conhecimentos sobre a biologia das espécies de peixes investigadas, além de atenderem aos princípios de saúde única, ou seja, um esforço de várias áreas trabalhando juntas para atingir a saúde ideal para pessoas, animais e meio ambiente.

Veneno

Em entrevista ao Canal Ciência, publicação do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia, a pesquisadora Mônica Lopes Ferreira, do Instituto Butantan, falou um pouco sobre os peixes peçonhentos. Ela faz parte da equipe técnica que vai estudar as amostras coletadas no reservatório da Itaipu.

Das cerca de 22.000 espécies conhecidas de peixes, cerca de 200 são consideradas peçonhentas ou venenosas. “Com 8.500 km de costa, águas temperadas e tropicais, o Brasil praticamente abriga todas as famílias e gêneros desses peixes”, disse ela. De norte a sul do país encontramos peixes peçonhentos, entre eles: niquim, peixe-sapo, beatriz, peixe-escorpião, entre outros – e, é claro, o bagre e a arraia.

Muitas vezes, esses peixes vivem em locais rasos, em rochas, camuflados ou enterrados, o que aumenta a chance de acidentes. Por isso, é bom ter atenção.

Recomendações

No caso dos bagres, o ferimento ocorre a partir da penetração do ferrão do animal. Em caso de acidente, é importante não remover o ferrão, mas comparecer a uma unidade de saúde para que o procedimento seja feito por um profissional habilitado. A toxina não resiste a temperaturas elevadas. Por isso, para atenuar a dor, deve-se manter o ferimento de molho em água quente.

Em caso de ferroadas envolvendo arraias, é importante procurar serviços de saúde imediatamente para tratar adequadamente as lesões e evitar a evolução dos casos para infecções secundárias e necroses.

Para dúvidas ou mais esclarecimentos, ligue para o Centro de Informações e Assistência Toxicológica do Paraná, no telefone 08000 410148.

Créditos: Divisão de Reservatório/Itaipu Binacional.

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