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Usinas hidrelétricas dão suporte à expansão de outras fontes renováveis, defende diretor técnico brasileiro de Itaipu

Avaliação foi feita no primeiro dia do Simpósio Global sobre Soluções Sustentáveis em Água e Energia, que acontece na usina entre 13 e 15 de junho. 

 

A forte expansão de fontes de energia como solar e eólica, prevista para os próximos anos, vai exigir um investimento cada vez maior em usinas hidrelétricas, que contribuem para garantir a segurança energética dos países. A consideração é do diretor técnico executivo da Itaipu, David Krug, que participou de um painel no primeiro dia do Simpósio Global sobre Soluções Sustentáveis em Água e Energia.

O evento começou na segunda-feira (13) e segue até quarta (15), na Itaipu Binacional, na fronteira entre Brasil e Paraguai. A organização é do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas (Undesa), em parceria com a Itaipu.

Segundo Krug, as fontes de energia solar e eólica estão em crescimento e aumentando sua participação na matriz energética dos países. Mas, apesar de agregarem energia ao sistema, essas fontes não fornecem lastro, isto é, não dão segurança energética, por não serem despacháveis de forma centralizada e dependerem da disponibilidade da luz solar e dos ventos, o que provoca forte variabilidade em sua geração.

“Estas fontes exigem que os governos tomem medidas necessárias para garantir o fornecimento de lastro, e não é desejável que isso seja feito com energia fóssil”, afirma Krug. “Isso abre uma grande oportunidade para que usinas hidrelétricas [que também operam a partir de fonte renovável, a água] sejam utilizadas para garantir a segurança energética.”

O diretor foi um dos palestrantes da sessão “Soluções Sustentáveis de Água e Energia & Estudos de Caso”, que abordou o nexo água-energia sob os pontos de vista das soluções energéticas e das soluções hídricas. As apresentações mostraram as experiências internacionais, os desafios e a necessidade de busca de alternativas mais sustentáveis ligadas à água e à energia.

O presidente da Associação Internacional de Energia Hidrelétrica (IHA), Eddie Rich, também destacou o papel das hidrelétricas como suporte às outras formas renováveis de energia. “Nos próximos 30 anos, temos que preencher a lacuna deixada pelo carvão e isso será feito com energias renováveis. As hidrelétricas vão fornecer apoio à solar e à eólica”, disse.

Em relação a microcentrais hidrelétricas, o diretor interino de Integração, Acesso e Segurança Energética da Organização Latino-Americana de Energia (Olade), Guillermo Koutodjian, apresentou a aplicação em três comunidades indígenas com 804 habitantes no norte da Guatemala. “É possível gerar energia sustentável em comunidades isoladas”, afirmou.

“A sustentabilidade é voltada não apenas para o planeta, mas também para as pessoas. Em todos os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, temos que ver o que atinge as pessoas”, afirmou o líder da equipe de energia sustentável da Undesa, Minoru Takada, que moderou o primeiro painel. “Vamos escutar várias soluções que já estão sendo implementadas. Há várias condições que envolvem a sociedade em diferentes localidades.”

Recursos hídricos

O segundo painel focou nos desafios relacionados à água. A sessão também trouxe, de forma remota e presencial, os casos de várias entidades internacionais e os exemplos de países como Brasil, Paraguai, Emirados Árabes Unidos, Índia, Tunísia, Espanha e Tadjiquistão.

O superintendente de Gestão Ambiental da Itaipu, Ariel Scheffer, explicou que a necessidade de manter a qualidade da água do reservatório impõe à empresa diversas ações ambientais que impactam toda a região. “Investimentos com conservação nos trazem uma parceria com a sociedade. Ela se beneficia, os ecossistemas se beneficiam, a licença para continuarmos a trabalhar nos dá um negócio justo e sustentável ao longo do tempo”, disse.

Peder Burek, pesquisador do Instituto Internacional de Análise de Sistemas Aplicados, comentou sobre o crescimento da população e o aumento da demanda de água e energia na bacia do Rio Zambeze, no sul da África. Já o diretor de Pesquisa do Instituto Nacional de Pesquisa para Engenharia Rural, Água e Florestas da Tunísia, Mohamed Thameur Chaibi, contou como o sistema de bombeamento de água tem tornado mais produtiva a agricultura no país.

O representante do Tadjiquistão no Comitê Executivo do Fundo Internacional para Salvar o Mar de Aral, Sanoi Boyzoda, falou sobre como as mudanças climáticas podem colocar em risco o fornecimento de água para uma população de mais de 75 milhões de pessoas que dependem dos recursos hídricos do Mar de Aral.

E Mohamed Hosni Ghedira, diretor do Masdar Instituted, dos Emirados Árabes Unidos, abordou a necessidade do provimento de energia elétrica para aplicar na dessalinização da água do Golfo da Arábia, que é muito utilizada naquele país.

Créditos: Rubens Fraulini/Itaipu Binacional.

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