Foz do Iguaçu (PR) foi palco, nesta sexta-feira (6), do 2º Simpósio de Ética Pública, realizado no Hotel Bourbon Cataratas.
A iniciativa é promovida pela Itaipu Binacional em conjunto com a Comissão de Ética Pública (CEP) da Presidência da República. Em abril deste ano, ambas as instituições firmaram um acordo de cooperação para compartilhar experiências relacionadas à ética na gestão pública.
O encontro discutiu assuntos ligados à ética e suas conexões com o Estado Democrático de Direito, justiça social e administração pública, oferecendo um ambiente propício para debates relevantes sobre a ética no serviço público.
O diretor jurídico da Itaipu, Luiz Fernando Ferreira Delazari, ressaltou a relevância do simpósio e afirmou que, sob a nova gestão, a Binacional está comprometida em democratizar o acesso ao conhecimento e consolidar práticas éticas. “Estamos fortalecendo os instrumentos de controle e aprimorando os processos de auditoria. Além disso, criamos um comitê voltado ao combate ao assédio sexual, em alinhamento com as orientações do Governo Federal”, destacou Delazari.
A conselheira da Comissão de Ética da Presidência, doutora Marcelise Azevedo, abriu o evento ressaltando a importância de discutir ética, equidade e transparência. Ela enfatizou que a promoção desses princípios é essencial para o aprimoramento do serviço público, especialmente diante do aumento da desconfiança nas instituições.
“O maior desafio da ética pública atualmente é garantir que seus valores e a integridade estejam presentes em todos os níveis e áreas da gestão pública. A ética não pode se limitar a discursos ou documentos; deve ser incorporada à cultura do serviço público e às práticas organizacionais. O desafio está em integrar os princípios éticos ao dia a dia das pessoas”, explicou.
Assédio moral e sexual
A conselheira também mencionou durante a fala no simpósio que um dos temas mais frequentes em eventos sobre ética é o combate ao assédio moral e sexual. O presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência, Manoel Caetano Ferreira Filho, concordou. “Sem dúvida, o principal problema hoje é o assédio moral e sexual, que está profundamente enraizado na nossa cultura e também no setor público. Trabalhamos tanto na prevenção quanto no enfrentamento dessas práticas, que geram graves prejuízos às vítimas.”
Às 10h, o desembargador do TRF4, Rogério Favreto, proferiu a palestra “Ética Pública e Estado Democrático de Direito”, abordando a judicialização da política e os desafios enfrentados pela democracia, com foco na necessidade de compromisso ético por parte dos operadores do direito.
O último evento da manhã foi o painel “Ética Pública e Justiça”, com a participação da conselheira da Comissão de Ética da Presidência, Vera Karam, do gerente executivo de Responsabilização Disciplinar da Petrobras, Edson Leonardo Sá Teles, e do conselheiro da Comissão de Ética da Petrobras, Bruno Espiñeira Lemos. Para a conselheira, a ligação entre ética pública e justiça social é profunda. “Sem transparência e integridade, o Estado não é capaz de promover justiça social. Esse elo é tanto uma premissa quanto um objetivo. Em regimes não democráticos, essa relação se desfaz, causando sérios prejuízos. Assim, ética pública e justiça social devem ser inseparáveis como fundamento e finalidade”, afirmou.
Programação da tarde
No período da tarde, houve uma palestra do corregedor-geral da União, Ricardo Wagner, intitulada “Ética na Administração Pública”, e um painel sobre “Ética Pública e Democracia”, com a participação do diretor administrativo da Itaipu, Iggor Gomes Rocha, da conselheira da Comissão de Ética da Presidência, Carol Proner, e da professora da UFPR, Larissa Liz Ramina.
Estiveram presentes no simpósio o diretor financeiro executivo da Itaipu, André Pepitone da Nóbrega; a secretária executiva da Comissão de Ética da Receita Federal, Cristiane Carvalho; o coordenador-geral da Controladoria-Geral da União (CGU), Ricardo Wagner de Araujo; conselheiros da Comissão de Ética da Presidência da República; o presidente eleito da OAB para a gestão 2025-2027, Rogério Botelho; o desembargador do TRF-4, Rogério Favreto; e o diretor-superintendente da Fundação Itaiguapy, Gilmar de Oliveira, além de outras autoridades.
Fonte: Imprensa Itaipu Binacional