Chuvas intensas no Sul do País elevaram a vazão do Rio Iguaçu, provocando o represamento do Rio Paraná a jusante (abaixo) da usina. Empresa tem reservado água no reservatório para mitigar os efeitos das cheias.
A Itaipu Binacional acionou, nessa quarta-feira (12), a Comissão de Cheias da empresa para acompanhar a situação do Rio Paraná na região de Foz do Iguaçu (PR). Como o Rio Iguaçu desemboca no Rio Paraná, o aumento da vazão deste afluente pode causar um efeito de represamento das águas até a barragem de Itaipu, o que tem ocorrido nesses dias.
De maneira proativa, a Itaipu está trabalhando para mitigar o efeito da elevação do Rio Iguaçu, acumulando o máximo possível a água do Rio Paraná que chega ao seu reservatório. Nesta manhã, o nível do lago era de 219,81 metros. Não há previsão de abertura das comportas.
Os níveis do Rio Paraná e a vazão no Rio Iguaçu são continuamente monitorados e avaliados pela Divisão de Estudos Hidrológicos e Energéticos da Itaipu, subordinada à Superintendência de Operação da usina, agora também discutidos na reunião diária da Comissão de Cheias, formada por profissionais, brasileiros e paraguaios, de diferentes áreas da empresa. A binacional emite boletins hidrológicos diários, que são repassados aos órgãos de Defesa Civil do Brasil e do Paraguai e podem ser consultados no link: https://www.itaipu.gov.br/sites/default/files/HIDROLOGIAPY/BH.pdf
Seis vezes mais água
As chuvas ocorridas na região sul do Brasil provocaram um aumento na vazão do Rio Iguaçu. Consequentemente, a contribuição do afluente para o Rio Paraná aumentou seis vezes, passando de 2.500 m3/s para valores de 15.000 m3/s em menos de 48 horas.
Às 11h13 desta quinta-feira (13), a estação da Ponte da Amizade marcava 112,85 metros (em relação ao nível do mar). Isso representa quase 12 metros acima da média. Ao longo do dia, o nível do rio deve subir ainda um metro.
Segundo as previsões, essa situação afeta trechos do bairro San Rafael, em Ciudad del Este, no Paraguai. A cota de inundação é de 108,40 metros, para a passarela de pedestres, e de 112,30 metros para a rua de concreto. No lado brasileiro, a primeira estrutura a ser afetada é o porto de areia no bairro Porto Meira, mas apenas acima de 114 metros.
Diante do cenário, pode haver pontos de inundação até a segunda-feira (17). No entanto, espera-se que o rio volte gradualmente aos níveis considerados normais nos próximos dias.
Crédito: Alexandre Marchetti/Itaipu Binacional.