Nascimentos reforçam a esperança na conservação da espécie e marcam a visita do ornitólogo responsável pela redescoberta da ave após 75 anos desaparecida
O Parque das Aves registrou o nascimento de dois novos filhotes de rolinha-do-planalto (Columbina cyanopis), espécie considerada Criticamente em Perigo pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN). A notícia foi celebrada durante a visita do biólogo Rafael Bessa, responsável pela redescoberta da espécie em 2015, após 75 anos sem registros. Com os novos nascimentos, a população de segurança sob cuidados humanos passa a contar com nove indivíduos.
Para Paloma Bosso, diretora técnica do Parque das Aves, os nascimentos representam uma vitória coletiva:
“Cada nascimento reforça o nosso compromisso com a ciência para a conservação de espécies ameaçadas de extinção. Receber aqui o pesquisador que redescobriu a espécie torna esse momento ainda mais especial, pois mostra como conhecimento, dedicação e cooperação podem transformar a história de uma ave em perigo crítico de extinção.”
Nascimentos que renovam a esperança
O primeiro filhote nasceu no dia 26 de julho, e o segundo no dia 27 de julho, sendo confirmado pela equipe de Neonatologia no dia seguinte. Os ovos foram incubados pelos próprios pais, com acompanhamento da equipe técnica por meio de câmeras e visitas ao recinto.
A bióloga Bianca Fernandes, supervisora de Neonatologia, destacou a emoção da equipe:
“Ver os dois filhotes saudáveis e bem no ninho com os pais reforça nossa responsabilidade. Cada nova vida tem o potencial de mudar o futuro da espécie. É uma conquista para a ciência e uma renovação de esperança para todos nós.”
Visita especial
Entre os dias 18 e 21 de agosto, Rafael Bessa visitou pela primeira vez o Parque das Aves para conhecer pessoalmente os filhotes.
“Voltar a ver a rolinha-do-planalto, agora com novos filhotes nascidos sob cuidados humanos, é uma renovação da esperança. Há uma década, quando reencontrei essa ave em Botumirim, poucos imaginavam que estaríamos diante de uma conquista dessa magnitude em tão pouco tempo”, afirmou o pesquisador.
População de segurança e cooperação internacional
Com os novos nascimentos, o Parque das Aves mantém nove indivíduos sob cuidados humanos, em um trabalho que envolve profissionais de diversas áreas — Medicina Veterinária, Biologia, Zootecnia, Neonatologia, Bem-estar Animal e Nutrição Animal. O objetivo é construir uma população de segurança robusta, que no futuro possa ser reintroduzida no Cerrado, seu habitat natural.
A iniciativa integra o Plano de Ação Nacional (PAN) para a Conservação das Aves do Cerrado e Pantanal, coordenado pelo ICMBio, e conta com a cooperação de instituições brasileiras e internacionais, como a SAVE Brasil, o Zoológico de Chester (Reino Unido), o Zoológico de Toledo (EUA), o Zoológico do Bronx (EUA), o Centro de Sobrevivência de Espécies Brasil e o Laboratório de Genética e Evolução Molecular de Aves da USP, entre outros parceiros.
“Mais do que um acontecimento científico, o nascimento dos dois novos filhotes é um marco que simboliza esperança. Ele mostra que é possível reverter cenários críticos e oferecer uma nova chance a espécies que estavam prestes a desaparecer”, reforça Paloma Bosso.
Sobre o Parque das Aves
O Parque das Aves, centro de resgate, abrigo e conservação de aves da Mata Atlântica, é o atrativo mais visitado de Foz do Iguaçu depois das Cataratas. Em 2024, completou 30 anos de atuação. Como instituição privada, mantém suas atividades graças ao apoio dos visitantes, que contribuem ao visitar o atrativo, frequentar o Complexo Gastronômico (Restaurante Sabores da Floresta, Bistrô da Mata e Café da Praça) e adquirir produtos na Loja de Souvenirs.
📸 Crédito: Parque das Aves
