Nos dias 4 e 5 de setembro, a Itaipu Binacional recebeu pesquisadores do Instituto de Pesca de São Paulo para uma capacitação voltada às práticas de manejo e conservação da ictiofauna do Rio Paraná.
Durante o encontro, foram apresentadas ações como repovoamento de espécies, monitoramento e marcação de peixes, além de iniciativas de pesquisa voltadas à preservação dos estoques pesqueiros.
Telemetria e novas parcerias
De acordo com a bióloga Caroline Henn, da Divisão de Reservatório da Itaipu, um dos maiores interesses dos visitantes foi conhecer de perto o trabalho de telemetria, que utiliza microchips implantados em peixes e antenas instaladas no Canal da Piracema para acompanhar os processos de migração.
Caroline destacou ainda que a visita abre caminho para futuras colaborações: “Estamos estruturando uma parceria com o Instituto de Pesca para pesquisas em aquicultura em tanques de grande volume”, afirmou.
Instituto de referência
O Instituto de Pesca, fundado em 1969 e vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, é considerado uma das principais referências nacionais em estudos da área.
Segundo a pesquisadora científica Lídia Sumile Maruyama, a experiência adquirida em Itaipu será fundamental para um projeto em desenvolvimento no Alto Tietê, realizado em cooperação com a Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp).
Pesquisa no Alto Tietê
O levantamento da ictiofauna nativa do Alto Tietê terá papel decisivo para identificar as espécies locais, avaliar possíveis riscos de declínio e, se necessário, realizar a recomposição da fauna.
Maruyama explicou ainda que, diante da captação de água na região pela Sabesp, estudos desse tipo são exigidos pelos órgãos ambientais competentes.
Troca de experiências e inovação
Outro pesquisador do Instituto, Wander Bruno dos Santos, ressaltou que a vivência em Itaipu é valiosa para replicar práticas de sucesso em São Paulo:
“Grande parte das espécies de peixes daquela região são endêmicas. Viemos aprender com a experiência de repovoamento feita no lado paraguaio e com a marcação realizada no lado brasileiro. Trata-se de um trabalho bastante inovador”, comentou.
Oficina prática de marcação
Um dos momentos mais marcantes da visita foi a oficina de marcação de peixes, realizada na tarde do dia 5. Para diversos participantes, essa foi a primeira oportunidade de realizar a implantação de microchips.
O médico-veterinário Lucas Rosan Furquin, mestrando do Instituto de Pesca, destacou o aprendizado: “Esse treinamento vai ser extremamente útil para aplicarmos no futuro. Além disso, vai ficar marcado como uma experiência pessoal e profissional muito importante para mim”, disse.