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Curso de extensão da UNILA ensina técnicas para quem gosta de cantar

Em cinco anos, mais de 150 pessoas já passaram pelo treinamento conduzido por alunos de Música.

Cantar para esquecer. Cantar para recordar. Cantar para alegrar-se. Cantar até para ficar triste. Quem gosta de cantar, canta. Não importa se afinado ou não. Se em casa ou em público. Esse é o espírito que orienta o Curso Preparatório de Canto, um projeto de extensão da UNILA que é oferecido para a comunidade há cinco anos. “Cantar cura, faz bem, muda nosso humor, leva nossos pensamentos para outra dimensão. Música é para todo mundo. Não tem que ser afinado, não tem que saber cantar. Às vezes a gente acha que não canta, mas o canto está dentro da gente. É só fazer os ajustes”, diz Manu Cândido, uma das professoras do curso e, ao mesmo tempo, aluna de Música da UNILA.

No curso, que é gratuito e está em sua quinta edição, os alunos são apresentados a princípios de fisiologia vocal – entender como se comporta a voz durante o canto; a exercícios de aquecimento vocal, práticas de canto coletivo; técnicas de respiração para o canto; e outros exercícios vinculados ao canto e ao estudo de ritmos, afinação e repertório para o canto. “Gradativamente, a gente vai compreendendo a voz, que todos temos, e qual seria o melhor lugar para que ela fique agradável aos nossos ouvidos e aos ouvidos de quem nos escuta”, comenta a mineira Manu, que trabalha com música há 19 anos e há 5 está em Foz do Iguaçu.

Nos cinco anos de oferta do curso, mais de 150 pessoas de Foz do Iguaçu e região passaram pelas salas de aula e aprenderam algumas técnicas que ajudam a aprimorar uma atividade que, em maior ou menor intensidade, todos praticamos. Atualmente, o curso oferece aulas para quatro turmas de quatro alunos cada. O número parece baixo, mas cada participante requer atenção particularizada e é um desafio para quem ensina. “Aprender a técnica de canto e praticar e estudar sozinho é totalmente diferente de aprender e repassar para alguém. É um desafio fazer com que isso faça sentido para outra pessoa que está querendo cantar também, expressar alguma coisa com a voz”, analisa Marina Araldi, também estudante de Música na UNILA e professora do curso preparatório. “É desafiador e motivador. A gente tem de estar sempre buscando superar os obstáculos.”

Superação é um objetivo comum também entre os alunos. E inclui também o desafio de encarar – e deixar para trás – o receio de fazer uma apresentação em público, como pontua Jesus Jaime Rodriguez, aluno de Saúde Coletiva e do curso de canto. “A atividade de cantar coloca muito essa questão de ter vergonha. E [no curso] a gente tem que lidar com isso. Tem que apresentar uma música e pronto. Temos de nos expressar”, diz ele, no melhor estilo “quem canta, seus males espanta”. Ele e duas colegas da graduação inscreveram-se juntos e aproveitam para praticar o canto também juntos.

Não é incomum o gosto por cantar manifestar-se logo na infância. “Eu gosto de cantar, desde pequeninha. Entro no banheiro e fico cantando e cantando. A música é muito libertadora. Quando estou triste coloco uma música animada e assim me tira dessa tristeza. Ou quando quero ficar um pouquinho triste, coloco uma música que me deixa triste. A música é tudo para todos”, sentencia Blanca Eunisia Zarate, participante do curso.

Quando toda a família é ligada pela música, cantar torna-se uma atividade corriqueira e uma paixão que se quer levar adiante. Lívia Reis Fróis de Souza, que tem 17 anos e é estudante do Ensino Médio, conta que a família sempre foi envolvida com música e que o curso é uma oportunidade para explorar mais a voz. “Gosto de cantar, é o que me move. Não vivo sem música”, afirma. “Eu sempre tive muita vontade de seguir com o canto para o resto da vida e no curso tenho mais conexões. Realmente está sendo incrível.”

Aprender os exercícios e as técnicas oferecidas no curso surpreendem os participantes e abrem novas perspectivas, como aconteceu com Carolina Della Monica, servidora da Universidade. “Eu vi que o canto, na verdade, é pura respiração. Muito diferente do que imaginava. Cantava por intuição e agora aprendi a usar esse instrumento que é nosso corpo, nossa caixa da voz. Todo o sistema respiratório é o sistema do canto, o instrumento do canto.”

Quando a primeira turma foi aberta, não havia curso de canto gratuito em Foz do Iguaçu, conta a docente Analía Chernaviski, coordenadora do projeto. “O curso oferece o primeiro contato com um estudo mais organizado de canto”, diz. “A maior parte dos interessados chega sem preparação, nenhum contato com o canto. É um curso que entusiasma muito. Dos recitais da universidade, os mais animados são os do curso preparatório de canto porque as pessoas se envolvem. Ninguém é obrigado a fazer, quem procura o curso é porque gosta de cantar.”

Como encerramento das aulas, os alunos participam de um recital, apresentando-se individualmente e com os colegas. O próximo está programado para novembro. Os interessados em aprimorar a voz e o canto terão oportunidade em abril de 2023, quando devem ser abertas as inscrições para novas turmas.

Créditos: UNILA.

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