Na noite de terça-feira (24), teve início a 6ª edição do International Fish Congress & Fish Expo Brasil em Foz do Iguaçu, destacando o potencial do Paraná na cadeia de piscicultura. O evento, que conta com o apoio do Governo do Estado, se encerra na quinta-feira (26) e inclui palestras, trabalhos científicos e mais de 150 expositores. Este é o maior evento da cadeia de pescados no Brasil e um dos mais relevantes na América Latina.
O IFC Brasil 2024 espera reunir cerca de 4 mil participantes de diversos setores da cadeia produtiva, como líderes da indústria, aquicultores, pescadores, fornecedores e investidores.
O secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Natalino Avance de Souza, destacou que a cadeia já representa R$ 2 bilhões no Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) do Paraná, com 25 mil propriedades dedicadas à piscicultura, das quais cerca de 71% são de agricultores familiares. “O Paraná é hoje um destaque nacional na produção de proteínas animais, e a piscicultura tem um papel importante nesse cenário”, afirmou o secretário.
Ele também enfatizou que a colaboração entre o governo e entidades do agronegócio pode transformar a realidade do estado. “O grande diferencial do Paraná é sua capacidade de articulação. As cooperativas já provocaram uma revolução, e temos a chance de continuar fazendo do Paraná o maior supermercado do mundo, de maneira sustentável sob os aspectos ambiental, econômico e social”, concluiu.
O Paraná também se destaca no cenário nacional da pecuária e aquicultura, com dez cidades entre as principais do país.
A FAO, Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, projeta um papel central para a aquicultura e pesca no fornecimento de alimentos saudáveis e sustentáveis, considerando o crescimento populacional global e a necessidade de reduzir o impacto ambiental.
Altemir Gregolin, presidente do IFC Brasil 2024, afirmou que o evento ocorre em um momento promissor para o mercado de pescados no Brasil, com aumento da demanda global por alimentos saudáveis e sustentáveis. “Nos últimos 10 anos, a aquicultura brasileira cresceu consideravelmente. Nas próximas décadas, estaremos ao lado dos maiores produtores mundiais”, disse. O consumo global de pescados subiu de 20,2 quilos per capita por ano em 2020 para 20,7 quilos per capita em 2022.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados em setembro mostram que a piscicultura no Brasil cresceu 6,2% em 2023, atingindo 655 mil toneladas de produção. O Paraná se destaca com três municípios entre os cinco maiores produtores do país: Nova Aurora, Palotina e Assis Chateaubriand. O estado também é líder nacional na produção de tilápia, responsável por 39,6% da produção nacional.
O ministro interino da Pesca e Aquicultura, Edipo Araujo, defendeu o setor como fundamental no combate à fome e na geração de empregos e renda. Ele mencionou um acordo de cooperação técnica com a Itaipu Binacional para fortalecer a cadeia e destacou como prioridade a inclusão do pescado na cesta básica e na merenda escolar, algo que já é lei no Paraná. “O Brasil reafirma seu compromisso com esse setor estratégico”, afirmou Araujo.
O IFC Brasil 2024 abrange sete eventos simultâneos, como o Congresso Internacional de Aquicultura, a Fish Expo Brasil e a 2ª Aquacultura 4.0, além de rodadas de negócios, apresentação de trabalhos científicos e encontros voltados às mulheres na aquicultura.
O evento é organizado pela Fundep, Unioeste, UFPR e Funpar, com patrocínio de CNPQ, Itaipu Binacional, Caixa Econômica Federal, MPA, Governo Federal, Copel Energia, Sanepar, Governo do Paraná, BRDE e Sebrae, e conta com o apoio de entidades como APEX Brasil, ABIPESCA, PEIXE BR e Unila.
Entre os presentes, estavam representantes do Sistema Estadual de Agricultura, como Richard Golba, do IDR-Paraná, e Otamir Cesar Martins, da Adapar, além de servidores do Seagri.
Fonte: AEN.