O monitoramento contínuo realizado pela Itaipu Binacional comprova a boa qualidade ambiental do reservatório da usina. Os estudos, baseados na movimentação de peixes migradores no Rio Paraná, demonstram que o ambiente é propício para a manutenção dos ciclos reprodutivos das espécies.

Desde 2009, a empresa utiliza a tecnologia de telemetria PIT, que permite marcar peixes com microchips implantados sob a pele. Esses marcadores não possuem bateria e têm duração indefinida. Até hoje, foram registrados 12.378 indivíduos de 42 espécies diferentes.

O sistema conta com sete antenas no Canal da Piracema, além de monitoramento na escada de peixes da Usina de Porto Primavera, a 450 km rio acima. Isso permite acompanhar deslocamentos de peixes ao longo dos anos.

Casos de destaque:

• Três piaparas, marcadas em 29/11/2022, percorreram o Rio Paraná e passaram pela escada de Porto Primavera em datas diferentes, evidenciando a eficiência do corredor ecológico.

• Um pacu de quase 9 kg, marcado em 2019, foi capturado por um pescador paraguaio 150 km rio abaixo, sem ter sido registrado pelas antenas, indicando que pode ter passado pela própria estrutura da barragem, possivelmente por uma turbina.

Declaração técnica:

A bióloga Caroline Henn, da Divisão de Reservatório da Itaipu, destaca que os dados confirmam a funcionalidade do Canal da Piracema como corredor biológico, fundamental para a reprodução das espécies. Ela também ressalta os diferentes comportamentos migratórios: piaparas seguem pelo leito principal do rio, enquanto pacus preferem os tributários, como os rios Piquiri, Ivaí e Ocoy.

Conclusão:

Os resultados reforçam que o reservatório da Itaipu, cercado por mais de 100 mil hectares de Mata Atlântica preservada, mantém condições ambientais que favorecem a biodiversidade e a sustentabilidade do ecossistema.

Publicado em 18/06/2025 – Fonte: Itaipu Binacional