A Itaipu Binacional e o Itaipu Parquetec apresentaram nesta segunda-feira (11), em Matinhos, no litoral do Paraná, o convênio “Desenvolvimento e diagnóstico do setor pesqueiro: aquicultura familiar e pesca artesanal”, com previsão de investimento de quase R$ 9 milhões. O evento reuniu cerca de 200 pescadores e aquicultores de diferentes regiões do Paraná.
Com duração de 33 meses, o projeto visa fortalecer a gestão da pesca artesanal e da aquicultura familiar, oferecendo suporte técnico e administrativo, além de monitorar dados socioeconômicos e ambientais no Paraná e em 35 cidades do Mato Grosso do Sul, beneficiadas pelo programa Itaipu Mais que Energia.
“Esse projeto está alinhado à política de desenvolvimento nacional. Os pescadores, conhecedores da água, nossa matéria-prima para gerar energia, nos ajudarão na preservação e monitoramento dos recursos hídricos. Ao mesmo tempo, colaboraremos com sua organização e fortalecimento por meio do associativismo,” afirmou Enio Verri, diretor-geral brasileiro da Itaipu.
O secretário nacional de Aquicultura, Paulo Faria, destacou que o convênio pode inspirar iniciativas semelhantes em outros estados.
“Para produzir energia, criar peixes e fomentar o turismo, precisamos de práticas sustentáveis. Nosso objetivo é melhorar a qualidade de vida dos pescadores, com apoio de parceiros como Itaipu e Itaipu Parquetec, além do Governo Federal.”
Irineu Colombo, diretor-superintendente do Itaipu Parquetec, explicou que a fundação apoiará os pescadores com estudos de mercado, intermediação junto a órgãos ambientais e sanitários, aquisição de equipamentos e facilitação de comercialização.
“Estamos gerindo um investimento de R$ 9 milhões para promover a sustentabilidade econômica do setor,” completou.
Evento e depoimentos
Entre as autoridades presentes estavam Carlos Carboni, diretor de Coordenação da Itaipu, e Simone Benassi, gerente da Divisão de Reservatório. Pela manhã, os participantes visitaram a Associação Maricultura e Mercado Pescado Matinhos.
“O projeto busca promover o desenvolvimento sustentável e melhorar a qualidade de vida das comunidades pesqueiras”, disse Rinaldo Ribeiro, gestor do convênio. A pescadora Elesi Vargas, da colônia Itaipulandiense, destacou a relevância da iniciativa: “Sem esses projetos, o que seria das nossas colônias?”
Representantes de várias entidades pesqueiras, incluindo colônias de Foz do Iguaçu, Santa Helena e Guaíra, também participaram. Edmir Manoel Ferreira, presidente da Federação dos Pescadores do Paraná, elogiou a parceria: “Com 20 colônias no estado, precisamos de apoio em projetos como a recuperação dos manguezais, fundamentais para milhares de pescadores.”
Principais demandas e objetivos
Nas reuniões preparatórias, foram identificadas necessidades como melhorias na infraestrutura dos pontos de pesca, aquisição de equipamentos, capacitação técnica, governança, certificação sanitária e fortalecimento de parcerias. O convênio busca atender essas demandas, promovendo o desenvolvimento sustentável e preservando o uso múltiplo das águas, em consonância com as diretrizes do Ministério da Pesca e com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS 1, 2, 6 e 8) da ONU.
Com base em diagnósticos realizados em 2023, incluindo o evento “Café com Palavras”, o projeto abrange 49 entidades do setor pesqueiro. No Paraná e Mato Grosso do Sul, mais de 12.600 pescadores e suas famílias serão beneficiados diretamente, ampliando o impacto socioeconômico e ambiental nas regiões lindeiras ao reservatório de Itaipu.
Fonte: Imprensa Itaipu Binacional.