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Uso de água e sabão, álcool em gel e máscaras é a melhor forma de prevenção contra o coronavírus, afirma infectologista

O aparecimento do novo coronavírus (2019-nCoV) causou um sinal de alerta diante de mais de 10 mil casos já registrados e mais de 300 mortes provocadas pelo vírus. O epicentro do surto é a cidade de Wuhan (China). No entanto, a possibilidade de propagação do vírus em escala global traz preocupação e mobiliza a adoção de medidas preventivas. Nesse cenário, em cidades de grande circulação de turistas como Foz do Iguaçu, o esclarecimento e as ações de prevenção são os caminhos apontados pela infectologista e docente do curso de Medicina da UNILA, Flávia Trench, para evitar doenças causadas por vírus de transmissão respiratória.

Ela cita como exemplo de medidas de prevenção, a higienização frequente das mãos com água e sabão e álcool em gel e o uso de máscaras em locais de aglomeração de pessoas. “Isso serve, principalmente, para quem vai viajar a regiões de maior risco, ou até quem fica na linha de frente das portas de entrada para pessoas provenientes de áreas de risco, como aeroportos, portos, recepção de hospitais e hotéis”, aponta.

Em cidades de intenso fluxo de turistas como Foz do Iguaçu, a médica Flávia Trench pontua que o incentivo à adoção dessas medidas deve ser rotineiro. “Locais de muita circulação de pessoas devem disponibilizar frascos de álcool em gel com avisos para que as pessoas possam usar livremente, e máscaras também devem estar à disposição para quem tem sintomas respiratórios ou tem vulnerabilidade a doenças por alguma condição especial”, diz. Coronavírus e gripe

O coronavírus é transmitido através de gotículas e aerossol – gotas de saliva e muco nasal, por exemplo. Não existe vacina e medicação específicas para o tratamento ou para uso preventivo do novo coronavírus. E, apesar do alarde sobre uma possível epidemia, a professora da UNILA ressalta que as pessoas que adoecem de forma grave e morrem são aquelas que já têm condições preexistentes, como diabéticos, cardíacos, hipertensos, transplantados e as pessoas que têm câncer. “Ou seja, já existe uma doença prévia que debilita esse organismo e o torna mais suscetível a ter uma doença grave e, consequentemente, morrer disso”, coloca.

Trench também ressalta que, historicamente, outros coronavírus – como o SARS e o NERS – não adquiriram infectividade para se tornar uma epidemia mundial, diferentemente do que aconteceu com o vírus H1N1, em 2009. “Eu não acredito que esse coronavírus (2019-nCoV) seja diferente dos outros. Posso estar enganada, mas ele tem um comportamento muito parecido com outros coronavírus que tivemos antes”, opina.

Ela aponta, ainda, para o fato de estarmos em permanente contato com vírus de transmissão respiratória, alguns deles bastante conhecidos. “No Brasil, por exemplo, tivemos quase 40 mil casos de pessoas que tiveram uma doença respiratória aguda grave; e 22% dessas mortes foram por conta da gripe – vírus que tem vacina conhecida disponível pelo SUS. As pessoas, no entanto, deixam de se vacinar. Hoje, elas estão preocupadas com o (novo) coronavírus, que, por ora, é mais da China do que nosso”, avalia.

Foto – Médica infectologista, Flávia Trench é professora do curso de Medicina da UNILA

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