A implantação de um biodigestor, equipamento que converte restos orgânicos em gás para o preparo da merenda escolar, está impulsionando a conscientização ambiental entre estudantes da rede pública de ensino em Guaíra (PR).
Esse dispositivo foi adquirido com recursos da Itaipu Binacional, por meio do programa Itaipu Mais que Energia, que beneficia diversas cidades do Paraná e também 35 municípios do Mato Grosso do Sul.
Sustentabilidade na prática
“Além de reduzir os custos com gás, o biodigestor se tornou uma ferramenta pedagógica essencial”, destaca Marlene Dallacosta, coordenadora de Gerenciamento e Regulamentação de Resíduos Sólidos e educadora ambiental em Guaíra.
“Promovemos palestras para os alunos sobre seu funcionamento e impacto. Eles compreendem como o uso desse gás na preparação da merenda é um exemplo concreto de sustentabilidade. Além disso, o resíduo resultante do processo é aproveitado como fertilizante na horta escolar.”
Expansão do projeto
O primeiro biodigestor da cidade foi instalado na Escola Municipal Maria Leônia, adquirido pela prefeitura de Guaíra através do Edital 1 do programa Itaipu Mais que Energia, em colaboração com a Caixa Econômica Federal.
O investimento, no valor de R$ 16.900,00, já desperta interesse de outras instituições de ensino da região, que manifestaram intenção de aderir à iniciativa.
Como funciona o biodigestor
O equipamento recebe resíduos orgânicos, principalmente sobras de alimentos, e realiza um processo de decomposição anaeróbica, ou seja, sem a presença de oxigênio. Esse mecanismo gera o biogás, que pode substituir o gás de cozinha, como ocorre na escola de Guaíra.
Além disso, o resíduo sólido remanescente é altamente nutritivo e pode ser utilizado como adubo. Em outras aplicações, o biogás também pode ser convertido em eletricidade ou refinado para a produção de biometano, um combustível renovável para veículos.
Benefícios ambientais e educacionais
Ao passar pelo biodigestor, os resíduos orgânicos deixam de liberar metano diretamente na atmosfera, um dos principais gases de efeito estufa (GEE) e grande vilão das mudanças climáticas.
O processo também reduz significativamente a quantidade de lixo destinada a aterros sanitários, minimizando impactos ambientais negativos.
De acordo com Carlos Carboni, diretor de Coordenação da Itaipu Binacional, essa iniciativa proporciona diversos benefícios às prefeituras, reduzindo custos operacionais e fomentando a educação ambiental.
“As mudanças climáticas já são uma realidade. Com o biodigestor instalado na escola, a Itaipu contribui para que as crianças compreendam a importância de transformar nossos hábitos para reduzir as emissões de poluentes e preservar o meio ambiente”, conclui.
